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Viagens-pelo-Mundo

1/21/2007

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR

Salazar foi o vencedor do concurso
Os Grandes Portugueses
Salazar was the winner of the
competition The Great Portugueses
Salazar com uma das suas pupilas
Salazar with one of its pupils
Salazar no Vimieiro com Christine Garnier
Salazar in Vimieiro with Christine Garnier
Salazar com uma das suas pupilas
Salazar with one of its pupils
O livro de Felícia Cabrita
The book of Felícia Cabrita

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR
(PRIMEIRA PARTE)
O PORTUGAL SALAZARISTA
HOMENS ILUSTRES COM AMORES CLANDESTINOS
Nós desgraçadamente vivemos durante muitos anos num país extremamente conservador, o país de António de Oliveira Salazar. E não rotulamos o país correspondente ao governo de Marcello Caetano com o mesmo epíteto, pois consideramos que Marcello Caetano era um político um pouco mais aberto, urbano e arejado do que Salazar e nessa medida era menos conservador. E no período final da sua vida, quando já se encontrava no exílio, na bela cidade do Rio de Janeiro, até disse que não acreditava em Deus nem na religião católica.
Mas no longo consulado de Salazar o país era realmente tão conservador que aos jovens de hoje deve parecer que esse país tão cinzento e tão obscurantista é uma invenção dos historiadores e não uma sinistra realidade. E nós próprios, que vivemos nesse país até aos trinta anos, duvidamos da nossa memória e das longínquas recordações que guardamos desse Portugal de moral reaccionária e de práticas políticas ditatoriais.
Mas não há volta a dar-lhe, esse Portugal existiu, foi mesmo uma realidade. E era um Portugal sem partidos e com as eleições aldrabadas, do tipo das eleições no Iraque no tempo de Saddan Hussein. Era um país sem liberdade de expressão de pensamento, sem liberdade de reunião, sem liberdade de imprensa, enfim sem liberdade nenhuma.
Era também um Portugal que apregoava os valores da religião, da pátria e da família como os valores supremos. Era a célebre trindade constituída por Deus, pela pátria e pela família que na altura era de bom senso e de bom gosto e era in. Era obviamente inconcebível nessa época uma pessoa imaginar que o dirigente máximo desse Portugal jesuítico, reaccionário e amordaçado não respeitasse ele próprio os valores que aos sete ventos propagandeava.
Hoje sabemos que em Salazar, por detrás do homem austero e moralista, estava um sedutor, um conquistador e um devasso. Infelizmente nessa altura nada se sabia e o dirigente máximo do regime fascista era considerado um modelo de virtudes. Dizia-se até que tinha renunciado a uma vida normal de homem casado e de chefe de família, com mulher e filhos, para casar unicamente com a pátria portuguesa.
Isto quer dizer que o ditador fizera a mesma coisa que os padres, que renunciam a casar carnalmente com uma mulher, para casar espiritualmente com Deus, com Cristo, com a Virgem Maria e com a Igreja Católica. Claro que Salazar se situava num plano um pouco mais rasteiro, casava-se unicamente com a pátria.
No fundo, era como se o fruste e finório campónio que frequentara o seminário de Viseu tivesse sido ordenado padre, com votos de castidade e tudo. Mas essa ordenação e esses votos não se destinavam a exercer um poder moral e espiritual numa paróquia qualquer, mas sim a exercer o sacerdócio da política em toda a sua plenitude.
Enfim, tratava-se de um sacerdote maquiavélico, de um padre sinistro, de um cardeal cínico e pragmático ao serviço do poder. Mas não obstante tudo isto, todos julgavam o homem puro e casto e portanto intocável do ponto de vista da moral católica sobre a sexualidade. E a censura prévia providenciava para que a imagem de homem impoluto de Salazar não desbotasse.
Mas agora, passados que foram muitos anos com o país sem censura e sem mordaças, sabe-se finalmente que a reputação de homem austero de Salazar era uma refinada mentira e que o homem tinha uma vida amorosa digna dos maiores libertinos. Aliás, neste aspecto Salazar nem está desacompanhado, pois sabe-se actualmente que alguns grandes homens tiveram uma vida amorosa clandestina, como é o caso de um Mão Tsé- Tung, de um John Kennedy, de um Franklin Roosevelt e até possivelmente do próprio Jesus Cristo.
Com efeito, em relação a Cristo têm aparecido muitos livros a provar que Jesus teve afinal uma vida normal de homem casado, à semelhança do que aconteceu com os seus companheiros de percurso, os apóstolos, que eram todos casados. Aliás, esses livros acabam por nos dar uma imagem mais favorável de Cristo, pois mostram Cristo como uma figura mais humane e portanto mais próxima de nós.
E Jesus Cristo casado, mesmo com a prostituta Maria Madalena, é uma figura muito mais verosímil do que Jesus Cristo solteiro. Com efeito, um homem com a estrutura moral e espiritual de Jesus Cristo teria forçosamente que ser casado, pois só assim seria respeitado no seio de uma comunidade completamente diferente da sociedade dos dias de hoje. Com efeito, na comunidade judaica contemporânea de Cristo os homens solteiros eram pura e simplesmente postos de lado e até mesmo os casais sem filhos eram marginalizados.
Nós no entanto não temos nada a dizer em desabono da vida amorosa de Cristo, pois parece ter sido uma vida impecável do ponto de vista moral, em tudo digna do grande homem que Cristo foi. Já o mesmo não se pode dizer da vida amorosa de Salazar, que foi uma verdadeira lástima, sem dignidade nenhuma. Mas sobre os pormenores sórdidos da vida amorosa de António de Oliveira Salazar e acerca d livro que sobre o assunto a jornalista Felícicia Cabrita recentemente publicou falaremos no próximo número deste jornal.

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR
(SEGUNDA PARTE)
PERFIL DE SALAZAR COMO GRANDE CONQUISTADOR
O PRIMEIRO AMOR DE SALAZAR: FELISMINA

Na primeira parte do nosso artigo sobre a vida amorosa de Salazar falámos do contexto histórico em que Salazar viveu e falámos também de alguns grandes homens que, tal como Salazar, tiveram uma vida amorosa clandestina. E terminámos dizendo que a vida amorosa de Salazar foi uma verdadeira lástima, sem dignidade nenhuma.
Com efeito, sabemos hoje que Salazar foi um conquistador e um libertino e que nessa conformidade teve inúmeros casos amorosos. E sabemos também que na maior parte desses casos amorosos não se limitou a ter relações platónicas com as namoradas. As namoradas de Salazar não eram meninas de sacristia e portanto já sabiam que as relações sexuais também faziam parte do programa do namoro. Neste aspecto até podemos considerar Salazar, que era normalmente um homem antiquado, como um homem avançado em relação ao seu tempo, pois os seus namoros incluíam relações sexuais, como acontece nos dias de hoje.
Quanto aos locais dos encontros amorosos, Salazar encontrava-se com as namoradas nos mais variados sítios. Os encontros tanto podiam ter lugar em casa das amantes como em hotéis. Mas Salazar também recebia as amantes na sua residência oficial, no Palácio de São Bento, ou na sua residência de verão, no Forte de Santo António da Barra. Isto quer dizer que Salazar se encontrava com as suas namoradas nos sítios onde mais lhe convinha e não tinha qualquer problema em o fazer nas residências que o Estado lhe destinava.
Em relação às mulheres que foram amantes de Salazar, elas eram das mais variadas condições e classes sociais. E assim Salazar teve relações amorosas com mulheres pobres e com mulheres ricas, com mulheres do campo e com mulheres da cidade, com mulheres de baixa condição e com mulheres da mais fina aristocracia, com mulheres solteiras e com mulheres casadas, enfim, no que concerne ao sexo e ao amor, Salazar não era esquisito, não tinha preconceitos nem complexos, podemos dizer que tudo o que vinha à rede era peixe.
Mas isto não quer dizer que não fosse exigente, no que respeita aos dotes de beleza das suas namoradas. Basta ver as fotos das namoradas de Salazar que aparecem no livro da jornalista Felícia Cabrita sobre a vida amorosa de Salazar para se chegar à conclusão que Salazar não era peco em questões amorosas. Efectivamente, as fotografias que aparecem no livro de Felícia Cabrita mostram-nos mulheres muito belas, apenas com excepção da governanta, a Maria de Jesus, que não era demasiado feia, mas que não tinha a beleza das outras.
E até se diz que Salazar não teve relações com a sua empregada doméstica, pois se provou que Maria de Jesus morreu virgem. Mas isto não é assim tão linear, estilo causa e efeito, pois houve testemunhas que viram Salazar entrar no quarto dela nos mais diversos lugares. Com efeito, o facto de se ter provado que a governanta do Presidente do Conselho morreu virgem não quer dizer que Salazar não tivesse tido relações amorosas com ela. Essas relações até podiam não ter acabado em coito vaginal. E de qualquer maneira o coito vaginal não é a única forma de coito.
Em relação a todas as mulheres com quem Salazar privou intimamente, o seu número é muito grande, pelo que nós apenas vamos mencionar as principais. E a primeira foi Felismina de Oliveira, que Salazar conheceu, quando ela tinha dezoito anos e ele dezasseis, na já desaparecida estação de caminho de ferro de Viseu. Salazar na altura estudava para padre e frequentava o seminário de Viseu, mas esse facto não o impediu de ter um caso amoroso com a dita Felismina.
A Felismina tornara-se entretanto grande amiga de uma das irmãs de Salazar, a Marta, e nas férias grandes hospedava-se em casa de Salazar, no Vimieiro, passando lá longas temporadas. A presença diária e constante de uma garota de dezoito anos tinha o condão de excitar Salazar, que aproveitava todas as ocasiões para beijar a Felismina e para lhe dar uns apalpões. E parece que a relação só não acabou em coito, devido à presença fiscalizadora da irmã de Salazar.
Se nos lembrarmos que Salazar era seminarista e ainda só tinha dezasseis anos, temos que concordar que Salazar, no que concerne à sua actividade como conquistador, estava a ter um começo meteórico. Aliás, na sua actividade académica e política, Salazar teve igualmente um começo meteórico que o levou rapidamente a professor catedrático, a Ministro das Finanças e a Presidente do Conselho de Ministros. Mas os leitores terão que esperar pelo próximo número
deste jornal para tomar conhecimento dos factos políticos e dos factos amorosos que povoaram o período mais importante da vida de Salazar.

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR
(TERCEIRA PARTE)
TRÊS NAMORADAS DE SALAZAR:
FELISMINA, JÚLIA PERESTRELO
E MARIA LAURA

Esta é a terceira parte do nosso ensaio sobre a vida amorosa de Salazar. Nos dois números anteriores deste jornal falámos do contexto histórico em que Salazar viveu e falámos também de alguns grandes homens que, tal como Salazar, tiveram uma vida amorosa clandestina. E falámos igualmente das namoradas e dos encontros amorosos de Salazar em geral. E terminámos com uma descrição relativamente detalhada do primeiro amor de Salazar: a Felismina de Oliveira.
Hoje vamos continuar a falar da Felismina e também de outras mulheres que se seguiram à Felismina na vida amorosa de Salazar. Com efeito, a partir de certa altura a Felismina começou a ter inúmeros problemas de consciência a propósito do seu namoro com Salazar, pois era uma católica muito convicta e não queria que Salazar renunciasse ao sacerdócio por sua causa. Mal ela sabia que a carreira de padre era um objectivo que nessa altura Salazar já pensava em pôr de parte. Mal ela sabia também que Salazar já há muito que estava farto dela.
O único problema de Salazar era desenvencilhar-se da Felismina sem grandes traumas e realmente Salazar até arranjou uma saída airosa. Numa primeira fase propôs-lhe que continuassem apenas como amigos e mais tarde convenceu-a a colaborar com o regime e até a utilizou como informadora, pois a Felismina, além de gostar muito de Salazar, também se tornou uma apoiante fanática da ditadura salazarista.
Vivendo em Viseu, onde exercia a profissão de professora primária, informava regularmente o Presidente do Conselho sobre os indivíduos que contestavam o regime na cidade de Viriato. E também denunciava alguns contactos que ela considerava suspeitos entre figuras locais do regime salazarista e elementos locais da oposição democrática. Como era pouco inteligente, não se apercebia que esses contactos eram normais num meio pequeno. E como era fanática, via comunistas em todo o lado.
Graças ao seu posicionamento político, a Felismina teve uma carreira brilhante como professora primária, chegando a inspectora do ensino primário. E continuou toda a vida a amar Salazar, convencida que ele também a continuava a amar e que só não casara com ela, primeiro por causa de Deus e depois por causa da pátria.
Mas a verdade é que Salazar a certa altura se fartou da Felismina e passou a interessar-se por uma menina de alta sociedade, a Júlia Perestrelo, que era filha dos donos da quinta do Vimieiro, na qual o pai de Salazar era feitor. Salazar dava-lhe explicações e apaixonou-se pela Júlia, começando a trocar recados e carícias amorosas com a menina e a assediá-la sexualmente durante as explicações.
No entanto, neste caso Salazar não teve sorte, pois a família Perestrelo era uma família nobre e fez-lhe ver que ele, apesar de licenciado em Direito com dezanove valores, era um indivíduo de baixa condição, sem categoria nem pergaminhos, pois não passava do filho de um dos empregados da quinta. Mas Salazar, embora magoado, não esmoreceu na sua actividade de conquistador, pois entretanto conheceu mais duas mulheres, a Glória Castanheira e a sobrinha desta, a Maria Laura.
Entre a Glória Castanheira e a Maria Laura, Salazar optou pela Maria Laura. A Maria Laura era casada, mas isso não demoveu Salazar dos seus intentos amorosos. Salazar era Ministro das Finanças e vivia em Lisboa. Tinha um quarto escuro e acanhado num rés-do-chão da Rua Duque de Loulé e foi aí que teve os primeiros encontros amorosos com a Maria Laura.
Nessa altura, com trinta e nove anos, Salazar tinha uma imaginação transbordante para as coisas do amor. Com a ajuda do jogo de luzes de uma lanterna transformava o quarto escuro e acanhado da Rua Duque de Loulé numa alcova das mil e uma noites e dizia à Maria Laura para se imaginar numa paisagem paradisíaca com o sol a esconder-se e a levantar-se no horizonte. Era um cenário romântico um bocado pacóvio, mas a verdade é que funcionava.
E eram assim as noites de amor de Salazar com a Maria Laura. E Salazar foi amante dela durante muito tempo. A Maria Laura divorciou-se e depois voltou a casar-se. Mudou de marido mas não mudou de amante, pois manteve sempre a ligação com Salazar. É certo que houve altos e baixos nessa relação, pois a Maria Laura era uma mulher muito gastadora e Salazar era muito forreta.
E era aliás por ser muito forreta que Salazar tinha a alcunha do “Botas.”. Mas também a relação com a Maria Laura acabou por chegar ao fim. No entanto, não houve problema para o nosso galante Presidente do Conselho, pois passado pouco tempo Salazar conheceu outra mulher, a Maria Emília Vieira.
No próximo número deste jornal falaremos da relação amorosa de Salazar com a Maria Emília Vieira e falaremos também do tórrido e romântico romance de amor entre Salazar e Christine Garnier. Salazar era muito patriota e normalmente preferia produtos portugueses. A propaganda do regime aconselhava toda a gente a comprar produtos portugueses e dizia que o que era nacional era bom. E tal como nós temos visto, no capítulo amoroso Salazar consumia de preferência mulheres portuguesas.
Mas o Presidente do Conselho vai abrir uma excepção a esta regra, apaixonando-se perdidamente pela atraente jornalista e escritora francesa Christine Garnier. Com este tórrido e romântico romance de amor e com os outros romances de amor que preencheram o período final da vida de Salazar chegará ao fim este nosso ensaio sobre a vida amorosa de Salazar.


A VIDA AMOROSA DE SALAZAR
(QUARTA PARTE)
A AMANTE COMPARTILHADA
COM NORBERTO LOPES:
MARIA EMÍLIA VIEIRA;
A AMANTE FRANCESA:
CHRISTINE GARNIER

Terminámos o nosso terceiro e último artigo sobre a vida amorosa de Salazar, dizendo que a relação com a Maria Laura acabou por chegar ao fim. E dissemos também que não houve problema para o nosso galante Presidente do Conselho, pois passado pouco tempo Salazar conheceu outra mulher, a Maria Emília Vieira. A Maria Emília Vieira era bailarina e astróloga e era uma mulher de costumes livres. Salazar apreciava muito a Maria Emília na cama e até dizia a alguns amigos mais íntimos que ela era a sua guloseima.
Mas Salazar apreciava igualmente a Maria Emília como astróloga e não tomava nenhuma decisão importante sem primeiro a consultar. E até mesmo nas decisões que tinha que tomar na sua actividade política como Presidente do Conselho Salazar se socorria muitas vezes dos horóscopos da Maria Emília para decidir.
Com a Maria Emília passou-se até um caso interessante, pois ela foi ao mesmo tempo amante de Norberto Lopes e de Salazar. O Norberto Lopes, que era um excelente jornalista, foi director de dois jornais diários muito importantes: o Diário de Lisboa e A Capital. Além de proeminente jornalista, o Norberto Lopes era também uma das principais figuras da oposição democrática ao regime ditatorial de Salazar.
Mas isso não impediu que Norberto Lopes e Salazar tivessem usufruído durante bastante tempo da mesma amante. Embora na política fossem adversários, quanto a assuntos de cama, estavam ambos de acordo: ambos gostavam da Maria Emília. Acontece até que o Norberto Lopes acabou por casar com a Maria Emília, mas não obstante o casamento o triângulo amoroso manteve-se, com conhecimento de todos os intervenientes. Digamos que Salazar e Norberto Lopes eram, respectivamente, um amante e um marido civilizados.
Christine Garnier foi a mulher que se seguiu nesta lista de namoradas que não é necessariamente cronológica, pois Salazar às vezes tinha ligações com duas mulheres ao mesmo tempo e era por isso que lhe davam a alcunha do “Troca-Tintas”. Christine Garnier veio a Portugal com o objectivo de escrever um livro sobre Salazar. Mas a jornalista e escritora francesa não pretendia falar do Salazar político.
Christine Garnier pretendia falar principalmente do homem no seu dia a dia e na sua intimidade e por isso coabitou com Salazar na sua residência oficial, na sua residência de férias e até na casa onde Salazar nasceu, no Vimieiro. O seu objectivo era obviamente conhecer o ambiente em que Salazar tinha nascido e tinha crescido (Vimieiro) e os lugares onde habitava em Lisboa.
Quando conheceu Christine Garnier Salazar já tinha sessenta e dois anos, mas ainda estava em grande forma, sexualmente falando. Não havia viagra nesse tempo, mas Salazar também não precisava. E supomos que também não precisava de afrodisíacos. Salazar tinha uma inteligência fulgurante e um cérebro portentoso e por isso não tinha qualquer problema em relacionar-se sexualmente com mulheres na cama.
O viagra e os afrodisíacos podem ajudar ao pleno êxito do desempenho masculino na relação amorosa, mas a erecção do pénis depende principalmente da mente. E até ao momento fatídico da queda da cadeira a mente de Salazar manteve-se sempre sã. Essa queda da cadeira foi um acidente com uma cadeira de lona. Esse acidente estúpido e fatídico na sua residência de verão é que matou duplamente Salazar.
O dirigente máximo do regime e o grande conquistador de mulheres morreram nesse momento. Mas quando conheceu Christine Garnier Salazar ainda estava na plena posse das suas faculdades mentais. E pode dizer-se que com Christine Garnier o amor, na cama e fora dela, eclodiu com toda a força, pois Salazar até se tornou gastador, enviando flores, garrafas dos melhores vinhos e outras prendas caras à sua amada.
Salazar inclusivamente até pediu ao seu amigo íntimo, Marcello Mathias, que era na altura embaixador em França, para comprar uma jóia muito valiosa em Paris. Essa jóia era um presente para Christine Garnier. Com a formosa jornalista francesa passou-se ainda outro facto muito curioso.
Numa altura em que Christine Garnier se encontrava em Portugal a viver no Forte de Santo António da Barra, residência de verão de Salazar, este apercebeu-se a certa altura que Christine Garnier só se besuntava com muitos cremes para a face, para as mãos e para o corpo todo, mas tomar banho não era com ela. Como Christine Garnier não tomava banho há muito tempo o cheiro que a francesa exalavas não era muito agradável.
Os camponeses nessa altura normalmente não se lavavam ou só tomavam banho uma vez por ano ou em dia de festa, mas Salazar, apesar de ser originário do campo, era um indivíduo com elevados padrões de higiene. Como o cheiro da francesa tivesse começado a incomodar as suas narinas sensíveis, Salazar encarregou a governanta, a Maria de Jesus, de preparar um bom banho de imersão para a sua namorada. E com certeza que nessa noite o leito do amor lha pareceu um jardim florido e os beijos de Christine Garnier lhe souberam a água de rosas.
No próximo número deste jornal publicaremos o último artigo deste nosso ensaio sobre a vida amorosa de Salazar. Falaremos de Mercedes de Castro Feijó, a amante do Hotel Borges, e de Carolina de Asseca, a noiva aristocrática de Salazar. E também falaremos das pupilas de Salazar. Salazar tratava-as como um pai. Mas foi um pai normal? Ou foi um pai pedófilo? De Salazar é de
esperar tudo. Era um homem de moral sólida e temente a Deus só para inglês ver.

A VIDA AMOROSA DE SALAZAR
(QUINTA PARTE)
MERCEDES DE CASTRO FEIJÓ,
A AMANTE DO HOTEL BORGES;
CAROLINA DE ASSECA,
A NOIVA DESCARTÁVEL
E AS PUPILAS DE SALAZAR
Este é o último artigo deste nosso ensaio sobre a vida amorosa de Salazar. Neste artigo iremos falar de Mercedes de Castro Feijó, a amante do Hotel Borges, e de Carolina de Asseca, a noiva aristocrática de Salazar. E também falaremos das pupilas de Salazar. E vamos começar este artigo falando da relação amorosa entre Salazar e Mercedes de Castro Feijó.
Na mesma altura em que se divertia á grande e à francesa com Christine Garnier, Salazar conheceu outra mulher, Mercedes de Castro Feijó, filha do poeta António Feijó. Parece que Salazar não a amava e que foi ela quem tomou a iniciativa de declarar o seu amor a Salazar. E parece que também foi a Mercedes de Castro Feijó quem tomou a iniciativa de convidar Salazar a ir com ela para a cana.
Mas embora não gostasse da Mercedes, Salazar não se limitava com certeza a espetar-lhe a tesoura. É que a Mercedes de Castro Feijó, além de ser filha de um poeta e diplomata ilustre e de uma nobre aristocrata sueca, não era de maneira nenhuma uma mulher para deitar fora. E a melhor prova disso é que Salazar a visitava regularmente no Hotel Borges.
Esses encontros amorosos tinham lugar no Hotel Borges para evitar que a Christine Ganier soubesse que Salazar tinha outra namorada. E mesmo assim houve um dia em que Salazar se viu em apuros para as despistar, pois apareceram as duas ao mesmo tempo no Palácio de São Bento.
Foram portanto muitas as ocasiões em que Salazar se deslocou ao Hotel Borges para se encontrar com a Mercedes de Castro Feijó. Nessa altura só em certos hotéis, os hotéis de engate, era permitido o relacionamento sexual dos clientes com total liberdade. Nos hotéis respeitáveis e decentes, como era o caso do Hotel Borges, nem sequer era permitido que as senhoras recebessem visitantes masculinos nos seus quartos.
E assim, foi com grande espanto que o rapaz do elevador viu o Senhor Presidente do Conselho, com o respeitoso consentimento dos empregados da recepção, subir no elevador do hotel para ir visitar a Mercedes de Castro Feijó nos seus aposentos. O rapaz até julgou que a hóspede estava doente e que Salazar a ia medicar. E de certo modo até julgou com acerto, pois Salazar nestas coisas não perdoava e com certeza até deu uma ou duas injecções à Mercedes de Castro Feijó.
Salazar teve muitas relações amorosas, teve muitas amantes, mas não teve filhos. Teve, no entanto na mesma as alegrias da paternidade, pois a governanta Maria de Jesus, com autorização do Presidente do Conselho, trouxe duas sobrinhas dela para o Palácio de São Bento. Salazar afeiçoou-se às miúdas e convivia muito com elas. Estas duas meninas ficaram conhecidas como as pupilas de Salazar.
Destas duas meninas, Salazar gostava especialmente da Maria da Conceição, que o Presidente do Conselho tratava carinhosamente por Micas. A Maria da Conceição chegou ao Palácio de S. Bento quando tinha seis anos de idade e conviveu com Salazar até ao fim da sua adolescência. Nós lembramo-nos que nessa altura se dizia que Salazar se aproveitava sexualmente da convivência com as meninas, sentando-as em cima dos seus joelhos, acarinhando-as e apalpando-as discretamente e fazendo com elas ainda outras coisas mais.
Mas nós nunca acreditámos nesses boatos que corriam e que pretendiam antes de tudo enxovalhar o nome de Salazar. Que um padre, um bispo ou até um cardeal sejam pedófilos, como se sabe através dos meios de comunicação social, nós até acreditamos, é absolutamente natural, pois são pessoas sexualmente carentes.
Salazar, no entanto, era precisamente o contrário de um carente, era um indivíduo totalmente realizado no que respeita ao aspecto sexual. Com tantas namoradas, o grande problema de Salazar era o problema de poupança de esperma. Salazar precisava de poupar esperma e não de esbanjá-lo a torto e a direito. Pensamos portanto que Salazar até se podia excitar uma vez ou outra com as suas pupilas, mas isso não invalida que de uma maneira geral gostasse delas como um pai normal e não como um pai pedófilo.
Neste rol de casos amorosos também temos que incluir Carolina de Asseca, uma mulher de sangue azul de quem Salazar esteve noivo, ma com quem acabou por não casar, deixando a nobre aristocrata no maior desespero. A justificação foi que Salazar preferia estar casado com a pátria, mas nós pensamos que ele preferia permanecer solteiro, para poder ter vários esquemas, podendo assim saltar de mulher em mulher com inteira liberdade. Realmente, na sua actividade amorosa, Salazar foi sempre um implacável destruidor de corações, um autêntico D. Juan. Mas as mulheres gostavam muito dele e não lhe guardavam rancor.
Enfim, este Salazar que aqui retratámos é completamente diferente do Salazar austero que conhecemos há muitos anos, quando vivíamos num país cinzento que ele governava com mão de ferro. E se é verdade que Salazar foi um indivíduo detestável na sua actividade política, já o mesmo não se pode dizer de Salazar na sua actividade amorosa. Na sua actividade amorosa Salazar até foi uma personagem simpática. E até é um exemplo a seguir por todos os homens solteiros e por todos os homens machistas, mulherengos e engatatões de Portugal.

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