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Viagens-pelo-Mundo

8/20/2009

VISEU CEMITÉRIO DE ARQUITECTOS E OUTROS TEXTOS

MERCADO 2 DE MAIO

MERCADO 2 DE MAIO

PAVILHÃO MULTIUSOS


LAJES DA CAVA DE VIRIATO


LAJES DA CAVA DE VIRIATO

PRAÇA DO ROSSIO


VISEU
CEMITÉRIO DE
ARQUITECTOS

Já tínhamos em Viseu algumas nulidades urbanísticas e arquitectónicas. Em primeiro lugar cumpre referir o novo Mercado 2 de Maio, um espaço cheio de vida que o Arquitecto Siza Vieira transformou num autêntico cemitério sem campas nem sepulturas, isto é, num espaço frio e morto.
Com efeito, o Arquitecto Siza Vieira, em vez de revitalizar o espaço do antigo Mercado 2 de Maio, projectou uma obra medíocre e irrealista, com todas as consequências daí inerentes, tendo nomeadamente causado um imenso prejuízo no que se refere ao aproveitamento para fins comerciais do próprio Mercado 2 de Maio e também das ruas adjacentes. E assim, um mercado que funcionava em pleno no tempo da antiga praça passou a funcionar deficientemente, com algumas lojas com pouca clientela e com algumas tascas e com alguns bares, que só dinamizam o espaço nas noites de Verão. Mas também as ruas contíguas, que eram intensamente comerciais, como era o caso da Rua do Comércio, da Rua Direita e da Rua Formosa, foram paulatinamente perdendo o intenso movimento que as animava em todos os dias úteis da semana. E essa desertificação alargou-se a todo o centro histórico da cidade de Viseu. Por outro lado, o novo Mercado 2 de Maio resultante do projecto de Siza Vieira é um descomunal buraco vazio e nessa medida é um enorme atentado à beleza do espaço urbanístico envolvente, com especial relevo para a Rua do Comércio e para a Rua Formosa, sem dúvida os arruamentos mais belos da cidade de Viseu.
Em segundo lugar cumpre referir o Pavilhão Multiusos, do Arquitecto Manuel Salgado, uma obra pesadona com pouco uso e com pouca utilidade, que mais parece um gigantesco contentor do que uma obra nobre de arquitectura. É aliás uma obra que em nada beneficia o espaço da Feira de São Mateus, onde está inserida. É precisamente o contrário que acontece, pois a Feira de São Mateus, que já não tinha o espaço junto às margens do Rio Pavia, teve de emagrecer ainda mais devido à construção do Pavilhão Multiusos.
Já tínhamos portanto o novo Mercado 2 e Maio e o Pavilhão Multiusos.
Agora temos também a pavimentação do antigo passeio superior da Cava de Viriato, com uma sucessão de lajes separadas por intervalos enormes, conforme se pode ver na imagem que ilustra este texto. O autor de tal disparate, o Arquitecto Gonçalo Byrne, devia ter dado uma volta pelo excelente passeio pedonal junto ao Rio Pavia, pois aí teria encontrado muitas lajes, todas devidamente ajustadas. Bastava ao arquitecto copiar o que aí foi feito para fazer uma obra aceitável no passeio superior da Cava de Viriato. Mas em vez disso o Arquitecto Gonçalo Byrne pôs-se a inventar e fez evidentemente uma grande asneira. O projecto total da Cava de Viriato, que é globalmente muito bom, foi elaborado pelo já referido Arquitecto Gonçalo Byrne, um arquitecto conhecido no país e no estrangeiro. Não se compreende, portanto, que o Arquitecto Gonçalo Byrne tenha projectado para o passeio superior da Cava de Viriato uma sucessão de lajes com intervalos enormes, que são uma autêntica ratoeira e que são consequentemente um perigo para os adultos e para as crianças, que neles podem partir uma perna ou um pé. A não ser que tenha na família médicos ortopedistas, não se compreende que o Arquitecto Gonçalo Byrne tenha feito um projecto destes para o passeio superior da Cava de Viriato. Mas a verdade é que Siza Vieira e Manuel Salgado também projectaram em Viseu obras medíocres que não valem nada.






O NOVO MERCADO 2 DE MAIO

Nas nossas inúmeras deambulações pelas ruas e pelas praças de Viseu, gostamos de nos misturar com o povo e sentir o seu hálito, o seu respirar, o seu suor e o seu perfume barato. E nesses sucessivos actos de amor com as gentes da nossa urbe, procuramos sorver esse panteísmo existencial que Walt Whitman, o célebre poeta norte-americano que Fernando Pessoa e Garcia Lorca tanto amaram, tão bem descreveu nos seus poemas à flor da pele e à flor do sexo.
Nesses enlaces prolongados com a nossa cidade, também procuramos ouvir o que dizem as pessoas, quais as suas opiniões sobre isto ou sobre aquilo, procuramos enfim apalpar e sentir o espírito dos viseenses, os seus anseios, as suas aspirações, ou mais simplesmente, as suas críticas e as suas queixas.
E foi assim que aqui há uns tempos, estando nós a contemplar pela centésima vez o novo Mercado 2 de Maio, umas pessoas nossas conhecidas que passavam na Rua Formosa aproximaram-se de nós e disseram-nos com ar convicto, apontando para o local: Isto parece o cemitério do Prado do Repouso.
No entanto, não escutámos só essa opinião, pois na Rua Formosa passa muita gente e ouvem-se as mais dispares opiniões sobre o sítio em causa, desde os comentários sobre as magnólias que estão a secar ou sobre os estabelecimentos que estão com as portas fechadas ou que só abrem para a Rua do Comércio; ou ainda sobre a iluminação rasteira, que no Mercado 2 de Maio mais parece a luz lúgubre de um filme de terror com cadáveres ao luar em noivados sepulcrais.
Há ainda outras pessoas que não se perdem em divagações cinéfilas e dizem muito sinteticamente que o novo Mercado 2 de Maio é uma autêntica merda. Mas o mais engraçado é que, mais recentemente, íamos nós a subir a Rua Direita, numa manhã de Sábado com muita gente a circular, fomos ultrapassados por umas pessoas que iam a afirmar, alto e bom som, que o Siza Vieira tinha construído um cemitério novo em Viseu.
Escusado será dizer que nós concordamos inteiramente com estas opiniões e também achamos que o novo Mercado 2 de Maio, tal como está, é um espaço morto, um verdadeiro cemitério. Um espaço que, pelos vistos, só serve e mal para nele se realizarem meia dúzia de espectáculos por ano e ainda por cima no sítio errado, pois esse sítio, a antiga Praça do Peixe, além de frio e ventoso, não permite à maior parte dos espectadores uma visão correcta, pois o terreno onde o palco se encontra situado não tem qualquer inclinação.
Numa das poucas noites deste último Verão em que houve animação no novo Mercado 2 de Maio, à saída de um espectáculo que lá tinha tido lugar, uma pessoa nossa amiga, com conhecimentos de arquitectura, perguntou-nos se tínhamos gostado do espectáculo e nós respondemo-lhe que não tínhamos visto espectáculo nenhum, só tínhamos visto umas cabeças a mexerem-se e pouco mais.
A pessoa em questão, que tinha desfrutado o espectáculo nas mesmas condições, também era de opinião que o palco estava no sítio errado e até acrescentou que o sítio mais apropriado para colocar um palco naquele lugar seria na parte de baixo do novo Mercado 2 de Maio, junto ao pórtico principal, com os espectadores virados para a Rua Formosa, pois aí o terreno tem alguma inclinação.
Por tudo isto se vê que a obra foi pensada apressadamente e deficientemente projectada ou então o Arquitecto Siza Vieira não se dignou descer do seu elevado pedestal e tomar em atenção e tentar corrigir este lamentável erro urbanístico. Tal como as coisas estão, com uma animação deficiente durante um curto período e sem qualquer vida durante a maior parte do ano, não seria realmente má ideia transformar todo aquele espaço num cemitério, o que seria facílimo e não subverteria grandemente o projecto de Siza Vieira.
Bastaria edificar uma capela no sítio onde está o palco e substituir as magnólias, outra ideia infeliz do arquitecto, por uns ultra-românticos e funéreos ciprestes, que são árvores mais apropriadas para um cemitério. Transformado em cemitério, o Mercado 2 de Maio teria enfim alguma utilidade. E com esta pequena alteração, viria ao de cima a verdadeira vocação de Siza Vieira, que é projectar espaços mortos.

OBRAS NO PRAÇA DO ROSSIO EM VISEU

As obras que tiveram lugar recentemente na Praça da República, mais conhecida por Rossio, foram objecto de várias críticas, a maior parte das quais desfavoráveis às obras em causa. Apesar de estarmos de acordo com a maior parte dessas críticas desfavoráveis, a nossa opinião não é tão radical e pensamos mesmo que essas obras trouxeram também coisas positivas. Entre essas coisas positivas, há que salientar em primeiro lugar a iluminação do painel de azulejos que limita a praça nos lados sul e leste. Trata-se de um painel de azulejos muito apreciado pelos viseenses e pelos turistas. Assim iluminado, também pode ser visto de noite em todo o esplendor das suas formas e das suas cores.
A outra coisa positiva que as obras recentes no Rossio trouxeram à praça viseense foi a iluminação da Câmara Municipal de Viseu. Situada no lado oeste da praça, o edifício onde funciona a autarquia viseense é um nobre edifício neo-clássico, construído no século XIX, quando o Rossio era um mero logradouro fora das muralhas e se chamava Passeio de D. Fernando. A iluminação frontal e lateral do edifício da Câmara veio dar-lhe à noite outro destaque e outra beleza, especialmente na Primavera e no Verão, em que a Câmara está escondida pelas frondosas árvores, com copas enormes, que povoam o Rossio.
A iluminação do painel de os azulejos e a iluminação da Câmara Municipal são portanto as coisas positivas que as recentes obras trouxeram ao Rossio.
Já em relação aos candeeiros que foram postos no Rossio, não podemos de maneira nenhuma concordar com a sua colocação, pois são muito mais feios do que aqueles que lá estavam. Além de emitirem menos luz que os anteriores, são demasiado altos para uma praça fechada, com muitas árvores e que ainda por cima é relativamente pequena. Com efeito, o Rossio não é a Praça da Concórdia, na cidade de Paris, ou a Praça de Tiananamen, na cidade de Pequim. Nessas praças, que são praças enormes e abertas, teriam pleno cabimento os candeeiros do Rossio e porventura candeeiros até maiores. Mas no Rossio esses candeeiros demasiado altos têm um aspecto verdadeiramente horroroso. Ainda por cima são mais que muitos e têm cinco lâmpadas cada um. Felizmente que durante o dia ninguém os vê, pois estão escondidos pelas árvores. Mas durante a noite são um autêntico desastre. Parecem horrorosos fantasmas a passearem numa praça que era muito bela e que agora, com tais candeeiros, de tornou muito feia.

1 Comments:

At maio 27, 2009, Anonymous Anónimo said...

Grato pela divulgação.


O amigo


AJ

 

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