> Viagens-pelo-Mundo: maio 2008

Viagens-pelo-Mundo

5/01/2008

MUSEU GRÃO VASCO

A ARTE LAVA DA ALMA A POEIRA DO DIA-A-DIA.
PABLO PICASSO


MUSEU GRÃO VASCO


S. PEDRO, DE GRÃO VASCO
O GRANDE ÍCONE DO MUSEU


PINTURAS DE GRÃO VASCO


GRÃO VASCO


ADORAÇÃO DOS MAGOS


MARTÍRIO DE S. SEBASTIÃO


JESUS EM CASA DE MARTA E MARIA


CRUCIFICAÇÃO



PENTECOSTES


PENTECOSTES (PORMENOR)


PENTECOSTES (PORMENOR)


S. PEDRO, DE GRÃO VASCO,
DA IGREJA DE TAROUCA


S. PEDRO, DE GRÃO VASCO
(SEM AS PREDELAS)

VIDA E OBRA DE
VASCO FERNANDES
(GRÃO VASCO)


Principal vulto da pintura portuguesa do séc. XVI, Vasco Fernandes nasceu em Viseu por volta de 1480. Entre 1506 e 1511, executou o retábulo da Sé de Lamego, inspirado pela Escola Flamenga. A este período pertenceria também o S. Tiago e duas tábuas de Besteiros. Trabalhou na oficina de Jorge Afonso, em Lisboa, em 1514. Cerca de 1520, realizou o retábulo da Igreja Matriz de Freixo de Espada-à-Cinta, que é uma obra de transição para as obras mais pessoais do Pentecostes de Coimbra e dos retábulos da Sé de Viseu: S. Sebastião, O Baptismo de Cristo, O Pentecostes, O Calvário e S. Pedro.
Nestes trabalhos nota-se a influência renascentista, mas também o dramatismo e o poder criador característicos de Grão Vasco. São-lhe ainda atribuídas outras pinturas: Santa Luzia (Museu Nacional de Soares Reis, no Porto), A Ceia (Museu Grão Vasco, em Viseu), A Assunção da Virgem (Museu Nacional da Arte Antiga, em Lisboa).
Quem foi Vasco Fernandes, qual a sua formação e a que fontes recorreu? Estes os principais quesitos a que deve obedecer a investigação da sua obra, mau grado todos os estudos efectuados até hoje.
Um outro aspecto digno de registo é o facto, invulgar entre os principais pintores nacionais, de Vasco Fernandes assinar algumas das suas pinturas, assumindo uma individualidade artística reveladora de uma nova posição do pintor perante a sociedade. Com esta atitude, Vasco Fernandes aproxima-se de Albrecht Durer, cuja obra gravada conheceu, como veremos. Um Vasco Fernandes que todos querem português e viseense, sem pensarem que a nossa arte não ficaria menos rica se fosse provada a sua origem estrangeira. Com efeito, figuram na nossa história da arte portuguesa homens como Nicolau Chanterenne, João de Ruão, Boutaca, João de Castilho e Hodarte. Isso só nos enriquece, porquanto revela o gosto nacional apurado, que sabia receber no seu meio quantos trouxessem contributos positivos à nossa cultura artística.
Nada nos pode levar desde já a admitir, sem reservas, que o mestre radicado em Viseu não era português. Todavia, importa notar que o primeiro documento que se refere explicitamente data de 1501-1502 e dá-o como casado com a filha do alfaiate Pêro Anes, Ana Correia. Já então era pintor e homem de haveres.
Para além do mais, um estudo circunstanciado da sua simbólica revela um Vasco Fernandes cosmopolita, conhecedor profundo da pintura e da gravura centro-europeias, um artista bem distanciado da oficina de Lisboa dirigida por Jorge Afonso, uma oficina influenciada pelos modelos flamengos do maneirismo de Antuérpia.
Vasco Fernandes é um mestre integrado nas grandes correntes da pintura da Europa Central. E é sem dúvida o primeiro divulgador em Portugal da simbólica dureriana, o que demonstra que havia um elo de ligação grande entre a cultura alemã e a cultura portuguesa.
Todavia, o aprofundamento da estética renascentista e a transição para a primeira geração maneirista ficam a dever-se ao conjunto de mestres constituído por Jorge Afonso, pelos artistas com influência flamenga Francisco Henriques, Frei Carlos, mestre da Lourinhã; pelos artistas regionais Vasco Fernandes (só na sua primeira fase) e o dito mestre do Sardoal, hoje mais justamente considerado mestre da oficina de Coimbra ou monogramista MN; por Garcia de Fernandes, já tardio nas suas pouco originais opções, e por Cristóvão de Figueiredo. A actividade de todos eles define o nosso Alto Renascimento.
Entre 1535 e 1542, o mestre de Viseu conjuga com modo diverso dos pintores da oficina de Lisboa formas marcadamente maneiristas, nos ensaios de contraposto e na agitação antinaturalista do Pentecostes, da sacristia da Igreja de Santa Cruz de Coimbra, com propostas ainda renascentistas.
Fiel a uma linha mais germânica do que flamenga, Vasco Fernandes utiliza no painel Jesus em casa de Marta e Maria (Viseu, Museu Grão Vasco) duas gravuras de Durer, a Melancolia I (1514) e O Filho Pródigo (c.1496), na paisagem que se vê por sobre a cabeça do jovem São João. Mas ainda nesta pintura, talvez por influência do teólogo que sugeriu a sua composição, depara-se-nos o conceito neoplatónico devida activa (Marta) e vida contemplativa (Maria).
Não é por acaso que Vasco emprega a gravura Melancolia I para figurar Maria, porquanto aquela é um exemplo evidente da vida contemplativa.
Todavia, já em alguns dos painéis dos retábulos de Freixo de Espada-à-Cinta, como na Adoração aos Magos, se sente a tendência maneirista do mestre. O grande São Pedro (Viseu, Museu Grão Vasco) constitui, apesar de pertencer à última época da sua actividade, uma peça marcadamente renascentista, no realismo do rosto e das proporções e no naturalismo da árvore na paisagem.
Os mestres portugueses destacam-se, especialmente, na Leitura Nova, e aí ser-nos-à lícito mencionar, para além de Álvaro Pires já referido, António Fernandes, cuja actividade poderemos situar, de acordo com Sylvie Deswarte, entre 1538/48-1551. Parece-nos curioso recordar as relações possíveis entre a sua obra e a de Vasco Fernandes, na fase maneirista deste mestre. Como o Grão Vasco, António Fernandes assinava algumas das suas obras de diversas maneiras (ANT.º FRZ, AT-FZ). A sua actividade em Tomar e o seu estilo já maneirista levam-nos à aproximação dos dois artistas, mera hipótese de trabalho que futuros estudos poderão confirmar.
De tudo o que foi dito pode-se concluir que Vasco Fernandes foi um enorme pintor, com muitas obras de grande qualidade, entre as quais é justo destacar os dois quadros de S. Pedro, o do Museu Grão Vasco, sóbrio e realista, e o da Igreja de Tarouca, poético e intensamente cromático.


SÃO PEDRO DO MUSEU DE VISEU
(PORMENOR)


O NOVO MUSEU GRÃO VASCO

O Museu Grão Vasco voltou a abrir as suas portas ao público há já muito tempo, depois de ter sido objecto de obras de requalificação importantes, da autoria do conceituado arquitecto Souto Moura. Numa das manhãs destes últimos Domingos ensolarados e quentes, fomos visitá-lo e ficámos agradavelmente surpreendidos com a autêntica revolução que foi feita no seu interior.
Claro que na sua parte exterior o museu continua a ser o mesmo mamarracho pesado que já era antes da requalificação. Parece que o projecto inicial da sua fachada foi da autoria de um medíocre arquitecto de Salamanca, um tal João Moreno, que foi aliás também o autor da feia fachada da Sé catedral. Dizem os historiadores que a diocese estava com dificuldades económicas e que, em consequência, não havia dinheiro para contratar um arquitecto à altura.
Mas quem vê caras não vê corações e a verdade é que a parte interior do museu nada tem a ver com a fachada nem com as salas que existiam no museu antes das obras. Nós, que conhecemos “in loco” os melhores museus do mundo, podemos assegurar que o Museu Grão Vasco tem hoje umas condições de fruição das suas obras de arte muito semelhantes a esses museus.
Com efeito, as obras de arte expostas estão na sua maioria bem assinaladas, embora haja, infelizmente, umas quantas lacunas. Normalmente, a identificação das obras expostas num museu é feita, no que aos quadros diz respeito, com o nome e a nacionalidade do autor, quando o autor evidentemente é conhecido, com o título da obra, com as datas do nascimento e da morte do autor, com a data da feitura da obra, com o nome dos anteriores proprietários, com a data da entrada da obra no acervo do museu e com o seu número de inventário.
Também costuma haver referências aos materiais utilizados, como por exemplo dizer que determinada obra de Grão Vasco é um óleo sobre madeira de castanho. Convém ainda destacar outro elemento, que é a referência ao tamanho do quadro, o qual se obtém com as medidas da sua altura e da sua largura, ou, no caso de se tratar de um tondo (circular), com a medida do seu diâmetro. Estranhamente, este último elemento não consta da descrição dos quadros do Museu Grão Vasco e é pena, pois é um elemento muito importante.
Outro elemento importante que falta na descrição dos quadros do museu é uma descrição sucinta das características do autor e da respectiva obra. O museu em que a caracterização das obras expostas está melhor elaborada é, sem dúvida, o Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, em que com a contemplação atenta das obras expostas e com a leitura das informações anexas se aprende imenso sobre história e sobre crítica de arte e se podem portanto apreciar os artistas em consonância com as escolas de arte que os formaram e com as sociedades em que viveram.
Mas descontadas estas lacunas, que podem e devem ser rectificadas, podemos dizer que o museu melhorou imenso, embora possa melhorar ainda mais. Pelo menos agora já não se vêem reflexos nos quadros, o que antigamente era normal. Havia mesmo alguns quadros que nem sequer se podiam ver. Nessa altura, quando íamos ao museu, lembrávamo-nos sempre de um quadro representando a montra de um estabelecimento comercial, de um conhecido pintor expressionista do grupo “Die Brücke,” em que não se vê nenhum dos artigos expostos, apenas se vêem os reflexos da rua.
O museu tem um novo roteiro, o qual nos transmite úteis referências sobre as colecções e sobre as condições museológicas da sua exposição, embora nos pareça que dá demasiada atenção a objectos de menor valor artístico, tais como pratos, potes, garrafas, cálices, chaleiras, peças de mobiliário, etc. E dá também demasiada atenção a certas esculturas e pinturas que nos parecem artisticamente menores, em prejuízo do núcleo duro das colecções do museu, precisamente aquele que é constituído pelas obras da autoria de Vasco Fernandes e dos pintores seus contemporâneos.
Além da parte museológica propriamente dita, o museu disponibiliza aos seus utentes uma biblioteca, que nos pareceu bastante pobre, embora a pessoa responsável, uma pessoa amiga que gentilmente nos mostrou as instalações, nos tenha dito que ainda não estavam em estante todas as obras que constituem o seu acervo. Os utentes também podem adquirir álbuns de arte numa livraria do museu, que está a ser gerida por uma das melhores empresas livreiras do nosso país, a Livraria Leitura, com sede no Porto.
Outro espaço que recomendamos é o espaço do restaurante do museu, onde o visitante pode, sem sair do edifício, comer uma refeição, como é normal nos melhores museus do mundo. E realmente, com todas estas valências, o Museu Grão Vasco já se pode comparar aos melhores museus do mundo. Tudo isto é obra da Dra. Dalila Rodrigues, una excelente directora a quem Viseu deve o seu novo e excelente Museu Grão Vasco.

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