O NAVIO ZENITH
CRUZEIRO
DAS CIDADES BÁLTICAS
(PRIMEIRA PARTE)
Já andei por quase todo o mundo e já viajei por todos os continentes com
excepção da Antártida. Tenho privilegiado o continente americano e o continente
asiático e posso afirmar com grande orgulho que já conheço a maior parte das
nações desses continentes.
No que concerne ao nosso continente, o continente europeu, tenho viajado muito
pouco e apenas visitei seis países, a Espanha, a França, a Grã-Bretanha, a
Holanda, a Itália e a Turquia. Este esquema de viagens obedeceu ao propósito de
reservar as viagens para destinos mais próximos para mais tarde, para quando fosse
mais velho, o que infelizmente, com setenta anos, é já hoje o meu caso, embora
graças a Deus ainda esteja em forma.
Nesta conformidade, resolvi fazer uma viagem de cruzeiro no Mar Báltico, em que
visitei algumas cidades europeias que ainda não conhecia. Como gostei muito do
cruzeiro da Pullmantur que fiz em Abril nas Caraíbas decidi voltar a utilizar
os serviços desse prestigiado operador turístico, mas desta vez naveguei no Mar
Báltico num navio muito maior e mais potente do que o Ocean Dream, o navio das
Caraíbas. Trata-se de um navio, o Zenith, com 207 metros de comprimento e 29
metros de largura, com onze andares, com bares restaurantes, piscinas,
jacuzzis, casino, etc. Na viagem que fiz, o Zenith transportava 1630
passageiros, dos quais apenas onze éramos portugueses. O número de tripulantes
era de 670, o que representa uma relação óptima de um tripulante para três
passageiros.
A parte aérea da viagem começou em Madrid, num avião da Pullmantur com destino
a Helsínquia. No aeroporto da capital da Finlândia tínhamos à nossa espera
vários autocarros, que nos transportaram para o nosso navio, que se encontrava
ancorado no porto de Helsínquia. O cruzeiro propriamente dito começou portanto
em Helsínquia. Navegámos primeiramente rumo a S. Petersburgo, onde o navio
esteve atracado durante dois dias e onde tive oportunidade de visitar a antiga
capital da Rússia. Com efeito, S. Petersburgo foi a capital da Rússia desde o
reinado do czar Pedro, o Grande, que foi o seu fundador no início do século
XXVIII, até à revolução comunista de 1917.
No
primeiro dia em que estive em S. Petersburgo passei quase todo o tempo no Museu
Hermitage, que é um dos maiores museus do mundo. Instalado nalgumas
dependências do Palácio de Inverno, o Museu Hermitage ocupa dez prédios e
trezentas e cinquenta e três salas e tem um acervo valiosíssimo de mais de três
milhões de obras de arte, que abrange praticamente todas as épocas, estilos e
culturas, desde as épocas primitivas, a época clássica, a Idade Média e o
Renascimento até à arte contemporânea. Em relação à arte europeia, é de
salientar a presença de artistas como Simone Martini, Leonardo da Vinci,
Botticelli, Miguel Ângelo, Velázquez, Degas, Renoir, Matisse e Picasso, entre
muitos outros. O guia que nos acompanhou, o Vadim, era um jovem russo muito
culto, com quem mantive uma conversa muito interessante sobre as obras de arte
expostas. E quando nos despedimos, em sinal de amizade, o Vadim deu-me um
grande beijo na face, que eu retribuí com grande emoção. Enfim, foi uma
vibrante despedida, com beijos castos e afectuosos, segundo o costume russo.
Nesse primeiro dia em S. Petersburgo ainda visitei outras dependências do
enorme Palácio de Inverno, um edifício realmente monumental, que foi a residência
oficial de Catarina II e de todos os czares depois de Pedro, o Grande. E ainda
passeei na Avenida Alexandre Nevsky, um herói russo dos tempos medievais, cujas
vitórias na batalha sobre o gelo e noutras célebres batalhas foram justamente
enaltecidas num célebre filme épico do genial cineasta russo Sergei Eisenstein.
E também deambulei nas margens do Rio Neva e à beira dos inúmeros canais que
fazem de S. Petersburgo a Veneza da Rússia.
No segundo dia da nossa estadia em S. Petersburgo, dediquei o dia às catedrais
da cidade dos czares, tendo visitado as catedrais da Ressurreição, de Santo
Isaac e de S. Pedro e S. Paulo. A catedral da Ressurreição, construída pelo
czar Alexandre III, é mais russa e a mais bela de todas, com os lindos ícones
que povoam o seu interior e com as suas elegantes e monumentais cúpulas com
remates em bolbo ou cebola. A segunda catedral que visitei, a catedral de Santo
Isaac, é inspirada na Basílica de S. Pedro do Vaticano, mas é diferente, pois
repete a frontaria nos seus quatro lados. Nota-se aí o propósito de Pedro, o
Grande, de injectar a arte e a cultura europeia no mundo algo primitivo da
Rússia do início do século XVIII.
Quanto à
catedral de S. Pedro e S. Paulo, é a mais antiga de todas. Instalada na fortaleza
de S. Petersburgo com o mesmo nome, nela se encontram os túmulos de todos os
czares russos desde Pedro o Grande até ao czar Nicolau II, que como se sabe foi
barbaramente assassinado, juntamente com toda a família real, pelos comunistas,
por ordem de Lenine, depois da revolução bolchevique de 1917.
Com a visita à catedral e à fortaleza de S. Pedro e S. Paulo, terminava a nossa
visita a S. Petersburgo. Na segunda parte deste artigo, continuarei a falar de
S. Petersburgo e falarei também de todas as restantes cidades bálticas que
visitei.
CRUZEIRO
DAS CIDADES BÁLTICAS
(SEGUNDA PARTE)
Na primeira parte do meu artigo sobre o cruzeiro das cidades bálticas falei
sobre a viagem e sobre as características do navio, o Zenith. Mas em relação às
cidades que visitei, apenas falei de S. Petersburgo, que foi sem dúvida a mais
rica das cidades bálticas em que estivemos. S. Petersburgo tem inúmeros
monumentos muito importantes e por isso tive de me alongar na descrição da
cidade. Além do mais, os dois dias que passei em S. Petersburgo foram dois dias
maravilhosos, com um céu limpo esplendorosamente azul e com um sol forte e
quente, muito semelhante ao sol que tínhamos deixado em Portugal.
A
temperatura durante o dia, a rondar os vinte e cinco graus, deu para andar de
manga curta e de calções. E à noite, após o jantar, ficávamos na popa do navio
a contemplar as noites claras dessa cidade do norte da Rússia que Dostoiévski
tão bem descreveu no seu romance Noites Brancas. Esse romance, o mais romântico
de todos os romances de Dostoiévski, passa-se em S. Petersburgo e fala-nos das
quatro noites de um sonhador. S. Petersburgo é realmente uma cidade de sonho.
Quando o nosso navio começou lentamente a afastar-se do porto dessa cidade dos
palácios, das catedrais, dos czares, dos canais e das noites brancas,
apossou-se de nós uma grande tristeza, pois os dois dias que tínha passado em
S. Petersburgo tinham sido dois dias de grande felicidade. Mas o cruzeiro tinha
de prosseguir.
E o navio
dirigiu-se para Talim, a capital da Estónia. A Estónia é um país que fazia
parte da extinta União Soviética, mas hoje é um país independente e até é
membro da União Europeia. Nota-se neste país um grande ódio à Rússia comunista,
que o ocupou e subjugou durante décadas. Talim é uma cidade relativamente
pequena, mas tem um centro histórico muito belo. Nesse centro histórico, gostei
especialmente da praça onde se situa o município e onde também se situa uma
velha farmácia, que a guia nos disse ser a farmácia mais antiga do mundo.
A guia
que nos acompanhou na visita a Talim, a Heleen, era uma rapariga muito nova,
muito simpática e muito bela. Estava sempre muito bem disposta e tinha um riso
contagiante. Usava calções muito curtos, à brasileira, que lhe realçavam a
beleza das pernas. Era também portanto muito sexy. Os leitores podem ver
imagens da Heleen no nosso blogue. À semelhança do que tinha acontecido em S.
Petersburgo, em Talim também encontrámos um tempo excelente.
O pior aconteceu na cidade seguinte, em Estocolmo. Aí deparámos com muito frio
e com muita chuva. Dadas as circunstâncias climáticas adversas, limitei-nos a
fazer um cruzeiro pelos canais da capital da Suécia, em que percorri as 14
ilhas em que a cidade se espraia. Estocolmo é uma cidade ecologicamente exemplar,
dividida fundamentalmente em três partes, em que a parte urbana ocupa um terço,
a parte verde outro terço e os canais ocupam o terço restante.
Estocolmo foi a única cidade em que o tempo atmosférico não nos ajudou. Na
cidade que visitámos a seguir, Gdansk, caíram apenas alguns aguaceiros fracos
que não prejudicaram a nossa visita. Gdansk situa-se no norte da Polónia e é
uma cidade muito relevante, pois tem um porto muito importante. É uma cidade
que os alemães ocuparam durante muito tempo dando-lhe o nome de Dantzig. É que
a Alemanha é um país interior e Gdansk funcionava como uma abertura para o mar.
O guia que nos acompanhou em Gdansk, o Marius, disse-nos que nesta parte da
Polónia ocupada primeiramente pela Alemanha e depois pela Rússia há um ódio enorme
a esses países.
Em Gdansk
visitámos o porto onde Lech Walesa trabalhou como estivador e operário.
Posteriormente, Lech Walesa fundou o sindicato livre Solidariedade, que lutou
contra o regime polaco de obediência soviética e conseguiu, com a ajuda do papa
polaco João Paulo II, instaurar na Polónia um regime democrático. E o operário
e sindicalista Lech Walesa foi o primeiro presidente da Polónia livre.
Gdansk, a cidade natal de Lech Walesa, é na realidade apenas uma parte de uma
área metropolitana enorme, com cerca de oitocentos mil habitantes. O centro
histórico de Gdansk é muito bonito, com as suas casas vetustas alinhadas nas
margens do Rio Vístula e dos inúmeros canais que fazem de Gdansk a Veneza da
Polónia. Também visitámos a principal igreja de Gdansk, a Igreja de Santa
Maria. Contrariamente ao que acontece na Rússia e na Estónia, as igrejas
polacas são quase todas católicas. A única excepção é precisamente Gdansk, em
que há algumas igrejas protestantes, devido à ocupação alemã de que já falei.
E o nosso cruzeiro terminou em Copenhaga, a capital da Dinamarca. Copenhaga é
uma cidade com muitas ilhas, com muita água e com muitos canais. Começámos por
visitar o seu palácio real, que é hoje a sede dos três poderes, executivo,
legislativo e judicial. Em seguida fizemos um deslumbrante cruzeiro de uma hora
pelos canais da cidade, em que passámos pela pequena sereia, o grande ícone de
Copenhaga. Por fim, visitámos o Tivoli, que é o parque de atracções mais antigo
do mundo. A nossa guia disse-nos que o cineasta Walt Disney esteve neste parque
em 1941 e foi nele que se inspirou para criar a Disneylândia. É realmente um
espaço de atracões absolutamente fabuloso, com carrosséis, rodas gigantes,
pistas de diversões, cafés, teatros, restaurantes, etc., etc. Terminada a
visita ao Tivoli de Copenhaga, regressámos ao navio e no dia seguinte voámos
para Madrid, onde apanhei o autocarro para Portugal. E assim terminava uma
viagem culturalmente muito valiosa por algumas cidades maravilhosas do norte da
Europa.
AGÊNCIA DE VIAGENS
BERRELHAS
TURISMO - VISEU
OPERADOR
TURÍSTICO - PULLMANTUR
SERVIÇOS
PRÉ-CRUZEIRO
MÊS DE
AGOSTO DE 2009
Sábado -
8 Madrid - Embarque 13,10
Sábado -
8 Helsínquia - Chegada 17,30
ITINERÁRIO
DO CRUZEIRO
Domingo -
9 - São Petersburgo - Chegada 11.00
Segunda - 10- São Petersburgo - Saída 19.00
Terça - 11 - Tallin (Estonia) - 09,00 16,00
Quarta - 12 - Estocolmo - 07,30 17,00
Quinta - 13 Gdansk (Polónia) 14,30 20,00
Sexta - 14 - Copenhaga 14,30 20.00
Sábado -
15 - Copenhaga - 14.00 Desembarque. Fim do cruzeiro
SERVIÇOS
PÓS-CRUZEIRO
Voo
PLM6129
Sábado -
15 - Copenhaga - 18.40
Sábado -
15 - Madrid 22.00
PREÇO DO
CRUZEIRO: 2200 EUROS
PREÇO DAS
EXCURSÕES
BELEZAS
DE S. PETERSBURGO: 69 EUROS
CATEDRAIS
DE S. PETERSBURGO: 55 EUROS
O MELHOR
DE TALLINN: 47 EUROS
CANAIS DE
ESTOCOLMO: 55 EUROS
SENSAÇÕES
DE GDANSK: 42 EUROS
O MELHOR
DE COPENHAGA: 89 EUROS
TOTAL:
412 EUROS